No dia 9 de abril, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a suspensão temporária — por 90 dias — da maior parte das tarifas comerciais aplicadas a diversos países e regiões ao redor do mundo. A medida, segundo Trump e membros de sua equipe econômica, visa abrir espaço para novas negociações bilaterais, especialmente com aliados estratégicos. No entanto, em contraste com esse gesto diplomático, Trump também anunciou um aumento significativo nas tarifas impostas à China, elevando a taxa extra de importação para 125%.
A medida reacende as tensões da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo e levanta dúvidas sobre o real impacto da decisão nos mercados globais.
Embora Trump tenha classificado a suspensão como um passo estratégico para “reanalisar as parcerias comerciais”, ainda não há clareza sobre quais países serão contemplados pela medida. De acordo com a emissora americana CNN, a Casa Branca foi procurada para esclarecer os critérios utilizados para isentar determinadas regiões, mas ainda não forneceu informações detalhadas.
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As tarifas de 10% sobre todas as importações norte-americanas continuam em vigor, o que significa que, na prática, apenas a tarifa adicional está sendo suspensa para alguns países.
A parte mais polêmica do anúncio foi o endurecimento das taxas contra a China. Trump declarou que o aumento para 125% tem como objetivo “pressionar Pequim a negociar de forma justa” e acusou o país asiático de explorar a economia norte-americana e de outros países parceiros. “Um dia, e espero que em breve, a China perceberá que não pode mais explorar os Estados Unidos e o resto do mundo”, afirmou Trump em discurso.
Analistas interpretam o gesto como uma estratégia dupla: demonstrar abertura com parceiros comerciais enquanto se mantém firme contra rivais estratégicos.
O secretário do Tesouro, William Bessent, procurou reforçar a narrativa de que a pausa de 90 dias é, na verdade, uma demonstração da habilidade de Trump em negociações. Ele explicou que “vários países solicitaram renegociações” e que será necessário mais tempo para lidar com cada situação individualmente.
Segundo Bessent, a suspensão temporária não indica uma mudança de postura, mas sim uma tática para reforçar o poder de barganha dos EUA diante de novos acordos.
Especialistas em comércio internacional alertam que a nova rodada de medidas pode gerar reações adversas, especialmente por parte da China, que já iniciou consultas com a Organização Mundial do Comércio (OMC). Ainda não está claro como Pequim responderá ao novo aumento tarifário, mas fontes do Ministério do Comércio chinês já classificaram a medida como “hostil e unilateral”.
Com os Estados Unidos se aproximando de um novo ciclo eleitoral e as disputas geopolíticas se intensificando, o futuro do comércio global permanece incerto. A movimentação de Trump, embora elogiada por setores conservadores, pode ter efeitos imprevisíveis nas cadeias produtivas internacionais.
Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução