Trump e os carros japoneses: Críticas crescem no Japão diante de exigências polêmicas dos EUA

Em meio ao crescimento global do sentimento “anti-Trump”, o Japão também começa a reagir às pressões feitas pelo presidente dos EUA.

Em meio ao crescimento global do sentimento “anti-Trump”, o Japão também começa a reagir às pressões feitas pelo presidente dos EUA sobre o setor automotivo. A exigência de Donald Trump para que o Japão flexibilize suas normas de segurança veicular tem gerado críticas dentro do próprio país.

O jornal Yomiuri Shimbun publicou no dia 6 que aceitar carros feitos com base apenas nos padrões dos EUA poderia colocar em risco a segurança dos pedestres no Japão. O motivo? Os veículos americanos não seguem os mesmos critérios de proteção adotados pelo Japão e Europa — que, inclusive, são baseados em diretrizes da ONU.

🎳 A polêmica do “teste da bola de boliche”

Trump, por meio da sua rede Truth Social, chegou a criticar um dos testes de segurança japoneses, apelidado de “teste da bola de boliche”. Segundo ele, um carro é reprovado se o capô amassa ao se deixar cair uma bola de boliche sobre ele. Mas, na prática, o teste avalia se o veículo tem estrutura suficientemente flexível para proteger a cabeça de um pedestre em caso de atropelamento.

Esse tipo de cuidado faz sentido no contexto japonês, onde há muitas vias estreitas e grande circulação de pedestres. O teste foi implementado em 2004 e serviu de base para os padrões internacionais adotados pela ONU.

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🚗 Japão teme queda na segurança dos veículos

As preocupações não param por aí. O Japão teme que os EUA tentem forçar a redução de outras exigências de segurança. Por exemplo, no Japão os carros devem permitir que o motorista enxergue obstáculos com a altura de uma criança de seis anos, e sistemas de frenagem automática são obrigatórios. Já nos EUA, essas medidas ainda não são exigidas.

Para se ter ideia da diferença: o Japão adota integralmente os 43 padrões internacionais definidos pela União Europeia para segurança veicular. Os EUA, por outro lado, aplicam apenas três.

Especialistas da Coreia do Sul também demonstraram preocupação, afirmando que os EUA podem usar os mesmos argumentos em futuras negociações com outros países, incluindo os sul-coreanos.

💰 E as tarifas?

As tensões não se limitam às normas de segurança. As negociações sobre tarifas entre Japão e EUA também estão travadas. Segundo o jornal Tokyo Shimbun, durante a segunda rodada de negociações em 1º de abril, os EUA deixaram claro que não pretendem rever a tarifa geral de 10% aplicada a todos os países. A única margem de negociação seria dentro dos 14% adicionais cobrados especificamente do Japão — e mesmo assim, apenas com possíveis reduções ou prorrogações, e não uma retirada total.

Atualmente, a aplicação dessas tarifas está suspensa até 8 de julho. Mas para o governo japonês, que busca uma revisão completa dessas medidas, o tempo é curto e as negociações prometem ser intensas.

📌 Fique por dentro: O próximo encontro de alto nível entre os países deve acontecer ainda em meados de maio. Até lá, as tensões seguem altas tanto no setor automotivo quanto nas políticas comerciais.


Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução

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