Visto para empresários vira atalho para imigração disfarçada

O visto exige um capital mínimo de 5 milhões de ienes ou a contratação de dois funcionários em tempo integral, além de um escritório físico. Ele também permite que a família do solicitante resida legalmente no Japão.

Nos últimos anos, o número de chineses que obtêm o visto de gestão e administração (経営・管理ビザ) no Japão aumentou drasticamente. Criado para atrair empresários interessados em abrir negócios no país, o visto tem sido usado, na prática, como uma forma indireta de imigração, muitas vezes sem a intenção real de gerir uma empresa.


O visto exige um capital mínimo de 5 milhões de ienes ou a contratação de dois funcionários em tempo integral, além de um escritório físico. Ele também permite que a família do solicitante resida legalmente no Japão.


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Segundo dados do governo, o número de chineses com esse visto passou de 7.300 em 2015 para quase 20 mil em 2024 — um aumento de 2,8 vezes em nove anos.


Muitos imigrantes preenchem os requisitos apenas no papel. Há casos em que a empresa aberta é fictícia ou operada sem envolvimento real do solicitante. Alguns abrem cafés ou restaurantes, mas terceirizam totalmente a operação e nem frequentam o local. O objetivo, segundo relatos, é apenas garantir a permanência no Japão.


Brokers atuam como facilitadores. Eles montam planos de negócios falsos, alugam endereços para registros e cobram altas comissões. Há prédios em Tóquio onde mais de 50 empresas chinesas estão registradas em espaços que mal comportam 30 salas. A fiscalização após a emissão do visto é limitada, o que permite que muitos renovem o status legal indefinidamente.


Entre os motivos mais citados pelos solicitantes:

  • Fugir da repressão política na China
  • Proteger bens em um país mais estável
  • Garantir acesso ao sistema de saúde japonês
  • Oferecer uma educação melhor e mais livre para os filhos


Esses objetivos, no entanto, não se enquadram em categorias oficiais de visto, o que leva muitos a recorrer ao visto de gestão como meio alternativo de imigração.


O problema não se limita ao visto de gestão. Existem casos de visto de trabalho emitido com base em empregos fictícios, onde o estrangeiro é registrado como funcionário mas nunca comparece à empresa. Também há relatos de vistos de estudante emitidos para idosos, que frequentam a escola apenas o mínimo necessário.


Em todos os casos, o padrão é o mesmo: cumprir o mínimo exigido para manter o visto, sem exercer a atividade principal associada àquela categoria.


A popularização dessas práticas revela fragilidades no sistema de imigração japonês. Sem controle adequado, o visto de gestão se transforma numa via fácil para imigração sem finalidade empresarial.


Especialistas alertam que, se medidas mais rígidas não forem adotadas, o número de casos seguirá aumentando, com impacto direto na credibilidade do sistema de vistos e na relação do Japão com comunidades estrangeiras.


Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução

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