Com a chegada do fim de ano e a alta contínua dos preços, o governo Takaichi anunciou um pacote econômico de cerca de 21 trilhões de ienes, o maior desde a pandemia. A proposta promete aliviar a inflação com subsídios para contas de luz e gás, apoio a famílias com crianças e a liberação de recursos para que prefeituras distribuam cupons e benefícios, incluindo o chamado “vale-arroz”.
Mas é justamente esse ponto que vem concentrando as críticas. O plano prevê a entrega de aproximadamente 3.000 ienes por pessoa em vale-arroz, enquanto hoje um saco de 5 kg custa, em média, 4.300 ienes. Ou seja, o valor não cobre nem o básico. Especialistas apontam que a medida tem impacto quase simbólico e lembram que o preço elevado do arroz também está ligado a políticas mantidas pelo próprio governo, que impedem a queda do valor e acabam favorecendo setores específicos do agronegócio.
No caso da gasolina, o cenário não é muito diferente. Mesmo com ajustes na taxa provisória e reforço nos subsídios, donos de postos afirmam que o preço do petróleo no mercado internacional e o câmbio desfavorável continuam pesando mais do que qualquer ajuda anunciada. Na prática, o consumidor dificilmente verá uma redução significativa no preço.
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Economistas alertam que, enquanto os salários reais caem há nove meses consecutivos, as medidas apresentadas são pequenas demais para enfrentar problemas estruturais. Vales, cupons e até o auxílio de 20 mil ienes para famílias com crianças tendem a ter efeito limitado e, em alguns casos, acabam beneficiando mais famílias de renda mais alta do que aquelas que realmente enfrentam dificuldades.
Diante disso, fica a pergunta que muita gente já está fazendo:
essas medidas realmente aliviam o dia a dia das famílias ou servem apenas para “dar a sensação” de que algo está sendo feito?
Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução

