A proposta apresentada pelo governador da província de Shizuoka, Suzuki Yasutomo, durante a reunião nacional dos governadores em Aomori no final de julho, gerou forte reação pública. A ideia de promover políticas mais abrangentes para a convivência com estrangeiros no Japão foi recebida com cerca de 200 manifestações contrárias, entre e-mails e ligações telefônicas à prefeitura, reveladas no dia 18.
Entre os principais argumentos dos críticos estavam que “é absurdo usar impostos para apoiar estrangeiros” e que a medida representaria uma forma de “negligência aos japoneses”. Esses comentários refletem o incômodo de parte da população com políticas que buscam integrar estrangeiros à sociedade japonesa, especialmente em tempos de sensibilidade econômica e social.
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A proposta do governador Suzuki, elaborada como líder de um grupo de trabalho especial, destaca que o apoio aos residentes estrangeiros tem sido responsabilidade quase exclusiva dos governos locais, sem diretrizes sólidas por parte do governo central. Ele enfatiza que, enquanto o Estado ainda vê os estrangeiros apenas como “mão de obra”, para os municípios eles são “moradores” e “membros da comunidade”.
Entre os pontos centrais da proposta estão: a criação de uma legislação nacional básica para políticas de multiculturalismo e a formação de uma organização governamental que centralize e coordene ações nesse sentido.
O Departamento de Multiculturalismo da província expressou preocupação com os ataques, alertando que negar a construção de uma sociedade multicultural pode abrir espaço para o crescimento do sentimento xenofóbico. A tensão evidencia o dilema que o Japão enfrenta entre manter sua identidade cultural e lidar com a crescente presença de estrangeiros necessários para suprir lacunas demográficas e de mão de obra.
Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução

