De acordo com o mais recente relatório da Agência Nacional de Impostos (民間給与実態統計調査 – Reiwa 5), o salário médio anual dos trabalhadores japoneses foi de 460 mil ienes em 2023. O número, no entanto, revela uma realidade preocupante: desde 1989, o salário médio aumentou apenas 7,9 mil ienes em 36 anos — uma variação praticamente estagnada.
Em 1989, o salário médio era de 452,1 mil ienes. Isso significa que, em termos nominais, a renda praticamente não acompanhou o custo de vida, que cresceu significativamente no mesmo período.
Procurando por novas oportunidade de empregos no Japão? Clique aqui!
A falta de crescimento real dos salários tem sido apontada como um dos principais fatores por trás da desaceleração do consumo interno e da sensação generalizada de perda de poder aquisitivo. Embora o Japão tenha tido avanços em produtividade e tecnologia, os salários não acompanharam esse progresso, gerando um descompasso entre crescimento econômico e bem-estar da população.
Especialistas alertam que a falta de aumento real nos salários também afeta a confiança do consumidor e limita o crescimento das famílias, agravando o envelhecimento populacional e a baixa taxa de natalidade.
Diante desse cenário, o governo japonês anunciou estar preparando uma estratégia específica para promover aumentos salariais de forma mais ampla e duradoura. A proposta inclui:
- Incentivos fiscais para empresas que aumentarem salários reais
- Pressão sobre grandes corporações para liderarem os reajustes
- Revisão da política de salários mínimos, com foco em uniformização nacional e metas mais ambiciosas
A meta é impulsionar não apenas aumentos salariais pontuais, mas uma mudança estrutural na forma como a remuneração dos trabalhadores é ajustada ao longo dos anos.
A estagnação salarial japonesa não é fruto de um único fator. Ela envolve:
- Alta proporção de trabalhadores não efetivos (contratos temporários ou meio período)
- Envelhecimento populacional e redução da força de trabalho
- Cautela corporativa diante de incertezas econômicas
- Inflação recente sem reajuste proporcional de salários
O desafio do governo é reverter décadas de inércia salarial sem sobrecarregar o setor produtivo, especialmente as pequenas e médias empresas.
Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução