No Japão, o “limite de renda anual” de 103 mil ienes, frequentemente mencionado como “parede de renda anual”, se refere ao valor máximo que certos trabalhadores de meio período podem ganhar antes de começar a pagar impostos. Esse teto impede que trabalhadores, especialmente em empregos de meio período, ultrapassem essa marca para evitar cortes na renda líquida devido ao imposto de renda e à taxa de contribuição previdenciária. O limite também leva alguns a reduzirem suas horas de trabalho, o que contribui para a falta de mão de obra em diversos setores.
A recente proposta da coalizão entre os partidos Liberal Democrata (LDP), Komeito e o Partido Democrata para o Povo (PDP) busca aumentar esse limite para 178 mil ienes anuais, permitindo que mais trabalhadores possam ter uma renda líquida mais alta. Segundo estimativas do governo, isso resultaria em uma perda de aproximadamente 7,6 trilhões de ienes em arrecadação de impostos, uma redução que beneficiaria principalmente os trabalhadores de maior renda, já que a alíquota é proporcional. Esse impacto fiscal poderia gerar novos debates sobre compensações fiscais e sobre como manter a sustentabilidade financeira do país.
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O governo considera também a questão da justiça tributária, uma vez que o aumento desse limite oferece mais “alívio” a contribuintes de rendas médias e altas, enquanto impacta os cofres públicos. Essa iniciativa faz parte de um esforço para corrigir o impacto negativo do limite atual no mercado de trabalho, tentando oferecer mais flexibilidade e benefícios a um maior número de trabalhadores no Japão, especialmente em um contexto de envelhecimento populacional e de escassez de força de trabalho.
Além disso, essa alteração se alinha a outras discussões de reformas políticas e tributárias, que também buscam enfrentar desafios fiscais e trabalhistas. Caso aprovada, a medida não apenas influenciaria diretamente a vida de trabalhadores e suas famílias, mas também poderia reconfigurar a distribuição de renda e o crescimento econômico no Japão.
Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução