Japan Post sob Investigação por Multas Indevidas a Transportadoras
O Japan Post está enfrentando sérias acusações de práticas abusivas em relação às empresas de transporte terceirizadas, que operam com o serviço de entrega “Yu-Pack”. De acordo com a Comissão de Comércio Justo do Japão (JFTC), multas foram aplicadas de forma injustificada por erros de entrega ou reclamações, sem fundamentação adequada, violando a Lei de Subcontratação. A JFTC orientou a empresa a corrigir essas práticas.
Sistema de Multas Questionado
O Japan Post introduziu o sistema de multas com o objetivo de melhorar a qualidade do serviço e a gestão de entregas. No entanto, os valores estipulados, como ¥5.000 para erros de entrega e ¥10.000 para reclamações de odor de cigarro, eram decididos de forma arbitrária pelos correios locais. Casos investigados revelaram cobranças muito superiores: ¥30.000 para erros de entrega e até ¥100.000 para reclamações sobre odor.
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Embora o sistema em si não seja ilegal, a falta de clareza na metodologia de cálculo das multas e a ausência de explicações às empresas terceirizadas configuram práticas abusivas. Segundo a JFTC, tais ações violam a Lei de Subcontratação, que proíbe empresas contratantes de impor condições econômicas prejudiciais às empresas subcontratadas para benefício próprio.
Investigações e Medidas
A JFTC realizou uma investigação detalhada entre 2023 e 2024 em várias unidades do Japan Post na região de Kanto. Em junho de 2024, a empresa foi formalmente instruída a corrigir suas práticas. No entanto, considerando que as violações estavam limitadas a algumas unidades, a comissão optou por não emitir uma recomendação formal, a penalidade mais grave prevista pela lei.
Resposta do Japan Post
Em comunicado oficial, o Japan Post afirmou que o sistema de multas será padronizado em todo o país até abril de 2024, buscando uniformizar as práticas e evitar abusos. A empresa não confirmou nem negou a ocorrência de orientação administrativa pela JFTC, mas reconheceu diferenças no gerenciamento das multas entre suas unidades locais.
Contexto: A Crise de 2024
As irregularidades acontecem em meio ao chamado “Problema de 2024”, marcado por regulamentações mais rígidas de horas extras e uma grave escassez de mão de obra no setor de logística. A JFTC, em resposta, intensificou a supervisão sobre as práticas comerciais nas relações de subcontratação, buscando proteger os direitos dos trabalhadores e corrigir desequilíbrios no setor.
Conclusão
O caso do Japan Post expõe os desafios enfrentados por empresas de logística ao equilibrar demandas operacionais e o tratamento justo de suas parceiras terceirizadas. Com a crise de mão de obra iminente, medidas como a padronização das multas e uma supervisão mais rigorosa podem ser passos importantes para restabelecer a confiança no setor.
Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução