No dia 15, o Sanseitō realizou em Asakura (Fukuoka) um town meeting fechado à imprensa, no qual parlamentares e pré-candidatos discutiram temas ligados a imigração e presença de estrangeiros. Comentários como “há muitos criminosos entre imigrantes nos EUA” e “estrangeiros entram sempre que existe brecha no sistema” ecoaram entre os participantes, em meio à polêmica construção de um condomínio que deverá receber moradores estrangeiros. Segundo relatos, mais de 150 apoiadores compareceram.
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Uma moradora de 66 anos afirmou ter se sentido “tranquila” ao ouvir o slogan do partido — “Japoneses Primeiro” — que, embora criticado como xenófobo, rendeu ao Sanseitō expressivos 7,42 milhões de votos na eleição para a Câmara Alta de julho. Para ela, “os estrangeiros parecem ser privilegiados”, e o lema a representa.
Para um trabalhador de 20 e poucos anos, que passou a se interessar por política após ouvir as propostas do partido, a sigla oferece uma alternativa em meio ao aumento do custo de vida e aos salários estagnados. “Quero que o partido mude a situação sem perspectivas que estamos vivendo”, disse.
O professor Naoki Kumano, da Universidade de Kyushu, avalia que o lema funcionou como “uma palavra mágica” para pessoas afetadas pela desigualdade econômica e pela incerteza em relação ao futuro. Ele também afirma que, após anos de governos mais moderados — Kishida e Ishiba — uma parcela da direita que se sentia órfã desde o fim da gestão Abe acabou migrando para o Sanseitō.
O partido tenta agora transformar o slogan em ações concretas. No dia 25, apresentou sozinho no Senado um projeto de lei de prevenção ao espionagem; também busca rever políticas de aceitação de mão de obra estrangeira e avançar na regulamentação da compra de terras por estrangeiros.
Ainda assim, a ascensão do governo de Sanae Takaichi — cujas políticas têm forte afinidade com o discurso do Sanseitō — trouxe risco de ofuscamento. A taxa de apoio ao partido, que já havia se aproximado dos 12% em pesquisas da Kyodo, caiu para cerca de 7% após a posse da nova primeira-ministra.
Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução
