Noda e Kamiya trocam farpas sobre estrangeiros e direitos civis nas eleições japonesas

A disputa evidencia o avanço de uma nova direita no Japão, com o Sanseitō canalizando frustrações populares com o alto custo de vida e a estagnação econômica.

A poucos dias das eleições para o Senado, o debate sobre a presença de estrangeiros no Japão e seus direitos políticos tomou o centro do palco. Em discursos distintos realizados no dia 18, Yoshihiko Noda, líder do Partido Democrático Constitucional (立憲民主党), e Sōhei Kamiya, presidente do Sanseitō (参政党), trocaram críticas contundentes sobre o futuro da política migratória no país.


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Durante um comício em Hiroshima, Noda reiterou sua oposição ao lema “Japão Primeiro” defendido pela nova direita:
“Dizer que os japoneses vêm em primeiro, os estrangeiros em segundo ou terceiro lugar, afasta talentos e trabalhadores do país. Não podemos ser uma nação exclusivista,” declarou.
Para o ex-primeiro-ministro, a solução para a crise demográfica e o declínio econômico passa pela construção de uma sociedade multicultural, onde estrangeiros sejam tratados com a mesma dignidade que os cidadãos japoneses.


Segundo Noda, “é preciso garantir que eles se sintam bem-vindos e possam dizer: ‘Foi bom vir ao Japão.’”


Kamiya acusa oposição de querer conceder voto a estrangeiros


Do outro lado, Kamiya falou em Gifu, adotando um tom mais combativo. Ele alertou sobre uma possível guinada à esquerda caso a oposição cresça:
“Se o Partido Democrático ganhar força, pode formar coalizão com o PLD e avançar com propostas como o aumento de impostos.”


Ele foi além, afirmando que a oposição estaria pronta para conceder o direito de voto a estrangeiros, o que para ele representaria um risco grave:
“Eles vão abrir as portas para os imigrantes e querem conceder-lhes o direito de voto. Isso é inaceitável. Precisamos impedir que o Japão siga por esse caminho.”


Kamiya também criticou políticas progressistas como a legalização do sobrenome de casais não casados e leis de proteção à comunidade LGBT.
“Querem fazer só isso? Não é porque o governo atual está falhando que devemos entregar o país à esquerda,” disse, referindo-se de forma pejorativa à oposição como “Partido Comunista Democrático”.


Crescimento do Sanseitō desafia polarização tradicional


A disputa evidencia o avanço de uma nova direita no Japão, com o Sanseitō canalizando frustrações populares com o alto custo de vida e a estagnação econômica. Por outro lado, o Partido Democrático busca reposicionar-se como defensor da inclusão, da diversidade e dos direitos humanos em um país cada vez mais multicultural.


No centro da disputa, está uma pergunta crucial: o Japão deve manter uma postura nacionalista e conservadora, ou abrir-se para uma sociedade mais plural e democrática?

Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução

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