Em entrevista concedida à Reuters no dia 19, o ex-ministro das Relações Exteriores do Japão, Kōno Tarō, defendeu a necessidade de medidas estruturais para corrigir a contínua desvalorização do iene, que ele considera um dos principais fatores da inflação no país. Segundo Kōno, a valorização moderada da moeda japonesa seria a forma mais eficaz de conter a alta dos preços.
Kōno apontou que, embora os impactos da guerra na Ucrânia — como o aumento dos preços do petróleo e alimentos — tenham começado a se estabilizar, o iene fraco continua a pressionar a economia japonesa. Para ele, é necessário enfrentar o problema do câmbio de forma direta e sistêmica.
Procurando por novas oportunidade de empregos no Japão? Clique aqui!
Ele criticou o atual ambiente de juros baixos no país e defendeu que o Banco do Japão (BoJ) dê continuidade à normalização da política monetária. “É fundamental que o país saia da situação de juros reais negativos”, afirmou. Kōno sugeriu que o BoJ adote aumentos graduais nas taxas, conforme as condições permitirem, e afirmou que a manutenção dos juros baixos por tempo prolongado não é saudável para a economia.
Além da política monetária, Kōno também enfatizou a importância de restaurar a disciplina fiscal. Segundo ele, o país não poderá continuar emitindo títulos da dívida pública no mesmo ritmo de antes, uma vez que há uma redução estrutural no número de compradores de títulos de longo prazo. Ele defendeu que o governo reveja os orçamentos passados marcados por gastos excessivos sob o pretexto de “resposta à crise”.
Kōno também ressaltou que, sem reformas estruturais significativas, o Japão não conseguirá sustentar o crescimento econômico no longo prazo.
Ao ser questionado sobre a possível renúncia do primeiro-ministro Shigeru Ishiba após uma derrota eleitoral no Senado, Kōno evitou comentários diretos, afirmando que essa decisão cabe exclusivamente ao premiê. Quanto à possibilidade de sua própria candidatura à liderança do Partido Liberal Democrata (PLD), Kōno disse que não era apropriado especular enquanto o atual primeiro-ministro ainda não se manifestou.
Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução
