Japão precisa abandonar a “política de imigração invisível”, alerta especialista

Em 2024, o número de nascimentos entre japoneses caiu para menos de 700 mil, o menor já registrado. Por outro lado, o número de estrangeiros residentes ultrapassou os 3,77 milhões — um aumento de 360 mil em apenas um ano.

Apesar de oficialmente não adotar uma política de imigração, o Japão vem, na prática, aumentando significativamente o número de estrangeiros no país — uma tendência que vem se intensificando diante do encolhimento populacional e da grave escassez de mão de obra.


Em 2024, o número de nascimentos entre japoneses caiu para menos de 700 mil, o menor já registrado. Por outro lado, o número de estrangeiros residentes ultrapassou os 3,77 milhões — um aumento de 360 mil em apenas um ano. Ou seja, o declínio populacional japonês vem sendo compensado pela entrada de imigrantes.


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A presença estrangeira já é essencial em diversos setores: indústria, construção civil, agricultura, pesca, além de saúde e assistência social — este último com crescimento de dependência sete vezes maior na última década. Com o envelhecimento da população e o avanço da faixa etária dos baby boomers para além dos 75 anos, a demanda por cuidadores só tende a crescer, e muitos municípios já enfrentam disputas por trabalhadores estrangeiros.


O especialista em intercâmbio internacional, Toshihiro Menju, aponta que o governo japonês adota uma “política de imigração invisível” — ou “stealth immigration policy” — ao ampliar o número de residentes estrangeiros sem assumir isso formalmente como uma política de Estado. Desde 2018, o governo reformou leis e criou novas categorias de visto, como o “Tokutei Ginou” (habilidades específicas), que permite residência de longo prazo. No entanto, o governo segue afirmando que “não adota políticas de imigração”, o que gera falta de diretrizes claras e apoio limitado para integração dos imigrantes.


Menju alerta que, se esse ritmo continuar, o Japão terá mais de 10 milhões de estrangeiros vivendo no país nas próximas duas décadas. E sem políticas públicas estruturadas — como ensino de língua japonesa, apoio à adaptação social e legislações básicas — o risco de tensões sociais será inevitável. Ele defende a criação urgente de uma Lei Básica para Residentes Estrangeiros, para garantir integração e estabilidade social, além de corrigir a fragilidade atual da posição dos imigrantes no Japão.


O especialista lembra ainda que a palavra “imigração” se tornou um tabu no país, mesmo diante de uma realidade que já não pode ser ignorada. Para evitar no Japão os conflitos sociais que marcaram o debate migratório na Europa e nos Estados Unidos, Menju defende que é hora de encarar o tema de frente — com seriedade, estratégia e responsabilidade.


Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução

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