O primeiro-ministro Shigeru Ishiba reintegrou, após 13 anos, a expressão “arrependimento” em seu discurso oficial durante a cerimônia nacional em memória aos mortos da guerra, realizada no dia 15 de agosto. Em referência à Segunda Guerra Mundial, Ishiba declarou: “Jamais devemos errar novamente o caminho a seguir. Devemos gravar profundamente em nossos corações o arrependimento e as lições daquela guerra.”
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Desde 1994, quando o então premiê Tomiichi Murayama expressou “profundo arrependimento” em relação ao conflito, sucessivos primeiros-ministros até Yoshihiko Noda, em 2012, mantiveram esse tom. No entanto, a partir do discurso de Shinzo Abe em 2013, a palavra “arrependimento” deixou de ser usada nos pronunciamentos oficiais. Seus sucessores, Yoshihide Suga e Fumio Kishida, também evitaram menções diretas à responsabilidade do Japão pelas agressões na Ásia.
Embora Kishida tenha mantido nos últimos anos o termo “lições da história” — expressão derivada da declaração oficial dos 70 anos do pós-guerra aprovada durante o governo Abe — a retomada explícita de “arrependimento” por Ishiba representa uma mudança simbólica. A escolha da palavra foi interpretada como uma marca pessoal do novo premiê.
Fontes próximas ao governo explicaram que o uso do termo não se restringe à agressão contra países asiáticos, mas engloba uma reflexão mais ampla sobre os caminhos que levaram à guerra e o papel da subordinação civil do poder militar (civilian control) no pós-guerra. Ainda segundo essas fontes, essa foi uma parte em que Ishiba fez questão de colocar ênfase pessoal no discurso.
Apesar disso, o compromisso de “jamais repetir os horrores da guerra” permaneceu em linha com o que declararam líderes anteriores. Ishiba destacou que, “nos últimos 80 anos, o Japão tem seguido de forma consistente como uma nação pacífica, dedicando esforços à paz e prosperidade mundial.”
O primeiro-ministro concluiu com um apelo à memória e ao compromisso coletivo: “Vamos transmitir de geração em geração a dolorosa lembrança da guerra e o firme juramento de não repetir esse erro, mantendo viva a ação em prol da paz duradoura.”
Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução

