O primeiro-ministro Shigeru Ishiba (Partido Liberal Democrata) comunicou na manhã do dia 21, durante uma reunião extraordinária da liderança do partido, sua intenção de permanecer no cargo, apesar do revés nas eleições para a Câmara Alta. A expectativa é de que ele anuncie oficialmente sua decisão em coletiva à tarde.
No entanto, o cenário é adverso. A coalizão governista, composta pelo PLD e o Kōmeitō, não conseguiu manter a maioria no Senado — incluindo os assentos não submetidos à votação —, uma meta considerada “obrigatória” pelo próprio Ishiba. O fracasso gerou uma onda de críticas internas, incluindo pedidos públicos de renúncia por parte de parlamentares da base.
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Shōji Nishida, veterano do Senado que garantiu sua quarta eleição, afirmou pouco após a apuração que a decisão de Ishiba é “incompreensível” e pediu abertamente sua saída. Outro senador declarou a intenção de “derrubar” o premiê e iniciou articulações com vistas à sucessão na liderança partidária.
Tentando conter a fragmentação interna, o secretário-geral Hiroshi Moriyama reagiu: “Não é momento para esse tipo de fala. Não podemos permitir um vácuo político neste momento crítico.” Ele se referia à urgência de lidar com o pacote tarifário dos Estados Unidos, que entrará em vigor no dia 1º de agosto.
O próprio Ishiba usará esses desafios externos como justificativa para seguir no cargo, mas enfrenta um esvaziamento progressivo de sua autoridade desde a derrota nas eleições gerais do ano passado e a perda na eleição para a Assembleia Metropolitana de Tóquio.
O parceiro de coalizão, o Kōmeitō, também sofreu perdas expressivas, reduzindo sua bancada de 14 para 8 assentos. Tetsuo Saitō, presidente do partido, declarou na madrugada do dia 21 que “sente profundamente a responsabilidade pelo resultado” e prometeu avaliar pessoalmente como deverá responder. Ele convocou uma coletiva para a tarde.
Com a oposição sinalizando rejeição a qualquer proposta de coalizão liderada por Ishiba, o futuro político do primeiro-ministro permanece incerto, com crescentes pressões internas por uma mudança na liderança.
Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução

