Um trágico episódio de exaustão profissional reacendeu o debate sobre as condições de trabalho no Japão. Um homem de 38 anos, gerente de uma loja da rede Seven-Eleven na província de Oita, foi reconhecido como vítima de karōshi — termo japonês que significa “morte por excesso de trabalho” — após cometer suicídio em 2022.
Segundo a investigação conduzida pelas autoridades trabalhistas locais, o gerente havia trabalhado por seis meses consecutivos sem um único dia de descanso. A causa oficial da morte foi atribuída à severa depressão induzida por jornadas de trabalho excessivas e prolongadas.
O homem ficou encarregado de cobrir a escassez de pessoal da loja, que funcionava 24 horas por dia. A pressão constante para manter o funcionamento ininterrupto do estabelecimento o levou à exaustão física e mental. O caso se torna ainda mais alarmante considerando que todos os registros de trabalho eram enviados à sede da Seven-Eleven Japan, o que sugere que a empresa tinha ciência da carga horária extrema.
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No entanto, em comunicado oficial, a rede Seven-Eleven declarou que não possui responsabilidade direta pelo caso, uma vez que a loja em questão operava sob o modelo de franquia. Ainda assim, críticos argumentam que a companhia falhou em intervir ou fornecer suporte adequado, mesmo tendo acesso aos dados de jornada do gerente.
Esse caso evidencia um problema estrutural presente não apenas no setor de conveniência, mas em diversas áreas da economia japonesa: a precarização das condições de trabalho sob o peso da cultura do “ganbaru” — perseverar a todo custo — e da pressão sobre pequenos empresários franqueados.
Movimentos sociais e sindicatos estão pressionando o governo japonês a revisar urgentemente as diretrizes de responsabilidade sobre franquias e a fortalecer a legislação trabalhista para evitar novas tragédias. A discussão sobre a responsabilização das grandes corporações, mesmo em modelos de franquia, promete ganhar espaço nas próximas semanas.
Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução
