Críticas ao turismo em excesso seriam xenofobia?

Apenas quatro dias depois, em 26 de abril, o mesmo jovem foi encontrado novamente em situação de risco na montanha, desta vez na oitava estação da rota Fujinomiya, em Shizuoka, com sinais de exaustão, ferimentos leves e sintomas de mal de altitude.

No dia 22 de abril, um estudante universitário chinês precisou ser resgatado por um helicóptero de emergência da província de Yamanashi após informar que havia perdido seus grampos de escalada (アイゼン), sentia náuseas e não conseguia descer do cume do Monte Fuji. O caso, porém, não terminou ali.


Apenas quatro dias depois, em 26 de abril, o mesmo jovem foi encontrado novamente em situação de risco na montanha, desta vez na oitava estação da rota Fujinomiya, em Shizuoka, com sinais de exaustão, ferimentos leves e sintomas de mal de altitude. Segundo relatos, ele teria retornado à montanha para recuperar seu celular, esquecido no cume durante a primeira tentativa de escalada. No momento do resgate, a temperatura local era de aproximadamente –10°C.


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O Monte Fuji, embora símbolo nacional e destino turístico emblemático, fica oficialmente fechado para escaladas entre setembro e julho, justamente pelos riscos climáticos severos. Ainda assim, escaladores desavisados ou imprudentes insistem em ignorar os avisos. O estudante escalou fora da temporada oficial, sem equipamentos adequados e sob condições extremamente perigosas.


O caso gerou ampla repercussão pública, especialmente após o prefeito da cidade de Fujinomiya, Sudo Hidetada, condenar duramente o ocorrido em coletiva no dia 9 de maio. Segundo ele, mesmo fora da temporada e sem autorização, alguns turistas continuam a escalar “por conta própria e sem respeitar as regras”, o que gera altíssimos custos de resgate que, na visão do prefeito, deveriam ser arcados pelos próprios infratores, não pelo erário público.


No dia 13 de maio, o prefeito de Fuji-Yoshida, Horiuchi Shigeru, apoiou o posicionamento de Sudo, acrescentando que os resgates são operações arriscadas que colocam em perigo a vida de socorristas. Ele questionou por que o Estado deveria bancar o custo de salvar pessoas que escalam “por diversão ou falta de bom senso”.


Apesar da indignação dos líderes locais com os riscos e os gastos gerados, o debate se ampliou nas redes sociais e na imprensa, com muitos internautas criticando o jovem de forma agressiva — alguns de maneira considerada discriminatória por especialistas.


Em entrevista ao portal J-Cast News, estudiosos de turismo e relações internacionais alertaram que o debate sobre overtourism (turismo excessivo) e segurança local deve ser separado de julgamentos xenofóbicos. O cuidado com a integridade dos moradores e do meio ambiente não justifica discursos que marginalizem estrangeiros. Para esses especialistas, o desafio é criar políticas públicas claras, educativas e eficazes — sem recorrer à exclusão ou culpabilização étnica.


Fonte: Yahoo Japan
Foto: Reprodução

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